LINGUAJARES
terça-feira, 24 de maio de 2022
terça-feira, 12 de abril de 2022
Foi proposto aos alunos do 8º ano um final diferente do conto estudado em aula, «Saga», de Sophia de Mello Breyner Andresen. Eis dois exemplares:
“Durante seis dias, Hans sereno e
consciente pareceu resistir.” Os medicamentos que lhe foram receitados estavam
a fazer o efeito pretendido pelas enfermeiras. Agora podia caminhar
normalmente, mas não poderia gerir o negócio, pois estava velho. Ele tinha que
passar a sua responsabilidade para o seu filho mais velho.
E assim foi. Logo que o rapaz assinou o
contrato, começou uma nova hierarquia. Realizou-se uma festa para comemorar:
família e amigos divertiam-se ao ouvir música tradicional, toda a gente estava
feliz, menos Hans. Claro que se sentia orgulhoso pelo filho, mas sentia um
vazio que o incomodava, ele precisava de voltar Vig.
Pediu ao filho que o levasse à sua
terra natal, o quanto antes. Dias depois, Hans, partiu para Vig, levando Joana,
pois foi a quem confessou que o mar era o caminho para casa dele. Assim que
chegaram, Hans não perdeu tempo a reencontrar a sua casa. Seguindo as ruas, lá
chegou, felizmente ela ainda estava no local onde a deixou, mas encontrava-se
desmoronada. Não encontrou ninguém. Quando entrou, só uma carta a dizer:
“Bem-vindo a casa Hans, ouvi dos teus bons feitos, estás perdoado e tens o meu
orgulho.”
Hans sentia-se feliz quanto triste:
desde que saiu de Vig, nunca foi perdoado pelo pai, e finalmente conseguiu, mas
foi pena não lhe ter sido dito pessoalmente. Ele voltou para a casa, onde pôde
descansar em paz.
Raquel Costa, 8ºC
****************
«Durante seis dias, Hans sereno e
consciente pareceu resistir.»
Durante três meses, Hans impaciente e
consciente pareceu resistir. Mas não passava disso, resistir. Não melhorava o
suficiente para conseguir sair da cama, nem piorava ao ponto da sua existência
não passar de uma memória que todos queriam esquecer.
Depois de tanto tempo deitado naquela
cama, preso no sítio a que deveria chamar de casa, Hans, mesmo tendo sempre
presente a família que criou e cuidou, sentia-se sozinho, de certa forma vazio,
e não conseguia evitar repensar todas as decisões que tomou ao longo da sua
vida, desde se o seu último negócio tinha sido bom, até ao dia em que tudo
mudou, o dia que fugiu de Vig.
Estava num barco, rente ao
maravilhamento que era o oceano, com o vento a bater-lhe no rosto, fazendo
esvoaçar o seu cabelo agora com cor, Hans tinha a certeza de que nada disto era
real, que era tudo na sua imaginação, mas sabia tão bem que decidiu aproveitar
como nunca tinha aproveitado, sentir como nunca tinha sentido, antes que fosse
demasiado tarde.
Sentiu alguém a aproximar-se, não
precisou de se virar para saber quem era, podia reconhecê-lo apenas pelo seu
caminhar, apenas pela sua voz.
- Vieste...
«Sören!» disse esta palavra com tanta
clareza, com tanto sentimento, que, por segundos, pareceu estar mesmo lá, não
no barco, mas na sala onde Hans aguardava calmamente pela sua última folegada
de ar.
Hans, logo virou a sua cabeça,
afastando o seu olhar da imensidão do mar e focando-o no pai, de quem, mesmo
estando lá à sua frente, sentia saudade e uma infinita vontade de se desculpar,
de se explicar... Mas apenas uma pergunta saiu da sua boca.
- Aonde é que este barco me leva?
- Tu vieste... Vens finalmente para
casa.
Lágrimas encheram os olhos de Hans e,
nesse momento, ele soube a resposta à sua própria pergunta, pois como o seu pai
disse, ele ia para casa... O barco guiava-o para Vig.
Leonor Silva 8ºD
“Du
domingo, 27 de março de 2022
segunda-feira, 21 de março de 2022
domingo, 20 de março de 2022
quarta-feira, 9 de março de 2022
Tudo começa com o sono
Tudo começa com o sono,
Depois vem o sonho
De um menino sentado à beira da lareira,
Fitando o ardor da chama que se vai acalmando
À revelia de quem assiste.
Este menino, tão bem criado e educado,
Não é mais do que pó da sua existência,
Mas até que contrasta bem com a cinza do lume encarnado,
E da tijoleira que tem no vermelho do barro a sua essência.
Este menino, tão pequenino e imaturo,
Há de crescer, ou melhor, já está a crescer,
Esse crescimento leva-o a ter sonho de mundo,
Apesar de nem isso ele saber o que é.
Aprendeu na escola, a água e a terra,
Sabe que existem oceanos e serras,
Mas nunca ninguém perguntou ao menino,
O que é o mundo.
Nesta altura ele nem sabe o que é Portugal,
Deve saber uma coisa ou duas,
Deve saber que Lisboa é a capital,
Mas não sabe que verdadeiras raízes são as suas.
Este menino tem fome de vencer,
Se não for de vencer, há de ser uma outra fome qualquer,
Toma o leite português e come as bolachas americanas,
Estamos perante alguém que descobriu o que é o mundo.
Marcos Sousa
(antigo aluno)
segunda-feira, 7 de março de 2022
A “Semana das Línguas” na Escola Básica e
Secundária Ferreira de Castro.
A “Semana das Línguas” é uma atividade
do Departamento de Línguas, em colaboração com a Biblioteca Escolar, que visa
enriquecer os conhecimentos socioculturais dos alunos e desenvolver o interesse
pela literatura e pelas línguas, tanto de outros países como a portuguesa, por
isso considero a atividade muito interessante.
Durante
a semana de 21 a 25 de fevereiro, nesta escola aconteceram diversas atividades com
o objetivo de enriquecer os alunos e de entre elas podemos destacar: o
“Spelling Bee”, uma atividade na qual eu participei e que, além de eu ter
desfrutado muito do momento, também me ajudou, a mim e aos alunos todos que
participaram, a melhorar o vocabulário e a oralidade em inglês; as “Palavras
Vizinhas” e as “Ortografíadas Castrianas”, que foram outras duas atividades em
que gostei de participar visto que me permitiram melhorar as minhas competências
de escrita e de interpretação de textos através da leitura e análise de alguns
poemas de escritores famosos; o “Workshop de Danças Latinas”, uma atividade
muito interessante que, no âmbito da disciplina de espanhol, permitiu aos alunos conhecer as
culturas de outros países; o visionamento de diversos filmes em francês e em
inglês, que, além de muito divertidos, ajudam aos alunos a melhorar o
vocabulário e a compreensão das línguas. Os alunos também tiveram a
oportunidade única de conhecer e de conversar com o escritor Domingos Amaral,
autor de diversos romances históricos como “Enquanto Salazar Dormia” ou “Quando
a Terra Tremeu”.
Assim, só me resta dizer que adorei a “Semana das Línguas” e que
gostaria que se repetisse no próximo ano.
Diego Echenagucia 10.ºB
Anualmente, o Departamento de Línguas da Escola Ferreira de
Castro, juntamente com a Biblioteca, realiza imensas atividades durante uma
semana à qual dão o nome de “Semana das Línguas”.
Primeiramente,
gostaria de falar acerca da primeira atividade que realizei, a poesia
manuscrita ou, como ficou mais conhecida, as “Palavras Vizinhas”. Esta consiste
na escrita de poesia de diferentes poetas e até mesmo de poesia da nossa
autoria. Na minha opinião, para além de enriquecer a nossa cultura e percurso
enquanto estudantes, aproxima-nos mais do mundo da escrita, o que é
extremamente importante nos dias de hoje, uma vez que a sociedade cada vez mais
se encontra interessada nas mais recentes inovações como, por exemplo as
tecnologias, e acaba por esquecer esta grande fonte de enriquecimento pessoal.
Para além
da escrita de poesia, outra atividade extremamente conhecida na nossa escola é
o “Spelling-Bee” que, assim como o próprio nome indica, consiste em soletrar
inúmeras palavras, mas com duas particularidades: estas palavras são
inglesas e esta atividade é, na verdade, um concurso. Penso que ao participar
numa atividade como esta, estamos a fazer aprendizagens de uma forma tão
dinâmica e divertida que acabamos por nem perceber que as realizámos.
Infelizmente, devido à pandemia na qual nos encontramos, a comunidade escolar
viu-se obrigada a impor restrições que, mesmo sem querer, afetaram a dinâmica
desta atividade.
Obviamente
não poderia deixar de mencionar a visita do escritor Domingos Amaral à nossa
escola uma vez que, para mim, foi bastante interessante e cativante. Quando
fiquei a saber em que consistia esta atividade, confesso que não mostrei grande
entusiasmo, mas, depois de terminada, arrependi-me de me ter oposto à mesma,
pois para além dos momentos cómicos encontrei-me interessada em descobrir mais
acerca das obras mencionadas pelo escritor.
Sendo
assim, posso dizer com toda a certeza que a “Semana das Línguas” é uma
atividade bastante enriquecedora e que, por isso mesmo, deve continuar a ser
realizada.
Mariana Pinho, 11.º A
Cinema na Semana das Línguas
“O Ídolo”
Atualmente, as tecnologias desempenham um grande papel na sociedade.
Através da publicitação da marca “Samsung”, fiquei a conhecer o filme “O
Ídolo”, com argumento de Fernando Pessoa e realização de Pedro Varela.
No meu ponto de vista, este é um filme que prima pela mensagem que
transmite, pela sua duração e pelo bom desempenho, quer da equipa de produção,
quer dos seus atores. A mensagem, ou seja, a moral que tiro do filme
relaciona-se com a ambição e com a natureza humana. Toda a gente queria ter o
tão valioso ídolo e, por isso, fizeram de tudo para o conseguir, desde burlas,
roubos e até mortes. Estas situações são elucidativas da forma como a espécie
humana pode ser tão ambiciosa e egoísta. É de destacar que a duração curta que
o filme tem foi um fator que também apreciei. Para além de ser menos cansativo,
acaba por atrair mais a atenção, uma vez que a ação se desenrola rapidamente.
Por este motivo, este filme conseguiu captar a minha atenção e fez-me seguir a
história.
Ademais, a produção e os próprios atores tiveram um papel vital para o
sucesso deste filme. Desde o som, que estava audível e percetível, até à
qualidade da imagem, não há defeitos a apontar. Sublinho que mesmo sendo este
um filme gravado com um telemóvel, a sua qualidade superou as minhas expectativas.
Uma boa produção, juntamente com uma boa interpretação por parte dos atores,
resultou muito bem. Todos eles desempenharam exemplarmente a sua personagem e
fizeram “vir à flor da pele” o pior e o melhor das mesmas.
Concluindo, por todos os motivos já mencionados, considero que este filme
possui uma elevada qualidade, pelo que o recomendo fortemente.
Matilde Martins, 11.º A
“O Ídolo”
“O Ídolo” é um
filme gravado só com um telemóvel, realizado por Pedro Varela e foi escrito por
Fernando Pessoa. Este filme conta com a presença de alguns atores conhecidos,
como por exemplo Mick Greer, que no filme desempenha o papel de Bernard e de
Albert Soares.
Na minha
opinião, o filme tem um desenrolar inesperado e traiçoeiro e acaba por lembrar
muitos filmes de investigação, pelo facto de haver um impostor no meio dos
passageiros, neste caso, e essa ânsia de querer saber o que vai acontecer acaba
por cativar muito.
Por outro lado,
o filme começa de uma maneira acelerada, tornando-se difícil entender o nome
das personagens do filme. No meu caso, só consegui entender o nome das
personagens a meio do filme, o que condicionou a sua compreensão.
Outro detalhe que não posso deixar de referir é a presença do quadro no final do filme, quando Bernard
se encontra no escritório do seu chefe, Albert, e atrás de si está um retrato que, por sua vez, parece um retrato de Bernard. Albert não teria um retrato de
Bernard, o que me leva a pensar que ele tem um heterónimo que é o seu próprio
secretário. Na minha opinião, seria expectável, pois o autor é Fernando
Pessoa e este tinha bastantes heterónimos.
Em suma, acho
que o filme é misterioso, no bom sentido, pois é cativante sobretudo pelo facto de haver a questão do objeto precioso que estava em perigo e
haver um impostor no meio de todos. O trabalho feito por Pedro Varela é muito
bom, assim como o do resto da equipa que vai desde o guarda-roupa até à banda
sonora.
Dinis Santos, 11.º A
“O Ídolo”, realizado por Pedro Varela, é um
filme cujo argumento original é da autoria de Fernando Pessoa e que foi filmado
recorrendo somente a um “smartphone”.
Há que elogiar todo o trabalho que está por
detrás desta curta-metragem: a qualidade de imagem, que não aparenta ser de um
telemóvel, e tal não me passaria pela cabeça se não o soubesse de antemão; a
recuperação do argumento de Fernando Pessoa e a sua materialização; a inclusão
do português num filme maioritariamente falado em inglês, o que dá a conhecer a
nossa língua…
A nível de enredo, este filme está
repleto de mistério. O desaparecimento de uma das vinte caixas transportadas é
o mero começo e, quando damos por nós, já só restam três, o capitão do navio
está morto e William e Sotto vão pelo mesmo caminho. A dúvida subsiste até ao
último momento e não consigo determinar com clareza quem detinha
verdadeiramente o ídolo, como é que ele chegou ao seu destino ou como morreu
Sotto.
Esta incerteza quanto aos
acontecimentos amplifica o clima de mistério característico do filme e leva-nos
a querer analisar cada acontecimento de maneira a desvendar o enigma que este
esconde, daí ser um filme que avalio positivamente.
Mariana Lemos, 11.ºF
A pequena animação de dezassete minutos, realizada por José Miguel Ribeiro, enquadra-se num cenário pós-guerra colonial entre Portugal e as suas antigas colónias.
“Estilhaços” é capaz de mostrar às gerações mais novas as graves consequências da guerra ao nível psicológico, para as populações dos países participantes, mas também físicas, para aqueles que estiveram na frente de batalha.
O meu ponto de vista em relação à animação é indefinido, porque não cheguei a um consenso sobre se gostei ou não da animação. Não gostei do início da animação porque foi “muito barulhento” e tinha um desenho muito retangular e escuro. Estes aspetos, na minha opinião, levaram à difícil compreensão ao longo de todo o filme. No entanto, houve um contraste muito grande em relação ao som, pois existiram momentos de completo silêncio ou apenas com alguns efeitos sonoros.
Por outro lado, o tema da animação era interessante, pois mostrou como a morte afeta moralmente toda a gente. Até ao momento final do filme, o pai da personagem principal não tinha conseguido libertar-se da culpa e da raiva por ter mandado um dos homens do seu pelotão à frente apenas para pisar uma mina que ele previamente tinha colocado e que lhe tirou as pernas. A personagem principal (o filho), por sua vez influenciado pela agressividade do pai, adquiriu esse defeito.
Em suma, acho que as ideias para a produção da animação foram boas, já que alertam para as consequências da guerra, mas alguns aspetos poderiam ter sido melhorados, com menos “barulho” e com um desenho mais colorido para uma mais fácil compreensão da animação.
Caio Costa, 10.º B
Representação
teatral “Farsa de Inês Pereira”
“A Farsa de Inês Pereira” é uma sátira de
Gil Vicente escrita no século XVI. A Companhia de Teatro do Bolhão,
adapta a obra para os mais jovens a entenderem, de forma a descomplicar tudo o
que foi escrito.
Do meu ponto de vista,
esta peça está muito bem encenada. Apesar de apenas estarem três atores a
interpretarem as personagens todas da obra, isso ajudou ainda mais a cativar a
atenção do público.
O ritmo da
farsa com a constante entrada de novas personagens para o palco foram outros
aspetos positivos da representação teatral. Essa dinâmica, desde o início até
ao fim da representação, impediu a existência de períodos mortos.
Na minha opinião, outro
aspeto positivo da representação foi a divisão das cenas. Os atores, apenas com
um “bloco-notas” e com uma estrutura simples, conseguiram, de forma muito
eficaz, encenar todas as partes significativas da obra de Gil Vicente.
No final
da atuação, os atores disponibilizaram-se ainda para responderem a perguntas
que o público tinha sobre a obra, estando abertos para a explicação de alguma
dúvida relativa à encenação da peça.
Em suma, creio que a Companhia
de Teatro do Bolhão adapta este tipo de sátiras maravilhosamente. Ainda que
com apenas três atores, e com um cenário minimalista, os alunos do 10.º ano
ficaram esclarecidos sobre “A Farsa de Inês Pereira”.
Gabriela
Baltazar, 10.º B
Uma peça diferente
A Farsa de Inês Pereira é uma sátira de Gil Vicente escrita no século
XVI, com o objetivo de responder ao desafio apresentado por alguns nobres
portugueses. Esta peça foi adaptada pela Companhia
de Teatro do Bolhão para os alunos do 10.º ano.
O maior desafio que esta
companhia tinha era conseguir manter os adolescentes do 10.º ano cativados, o
que, na minha opinião, foi conseguido pela companhia ao usarem os apartes e o
bloco de notas, que fizeram com que os alunos percebessem melhor a peça. A
utilização de somente três atores numa peça com muitos personagens também fez
com que os estudantes ficassem mais cativados, mas, do meu ponto de vista, este
foi um dos erros da peça, pois alguns personagens como o moço e a mãe, que não
tiveram tantas cenas como na obra original, fizeram falta.
Outro aspeto que me agradou muito
foi o cenário. Quando entrei no auditório e vi apenas uma estrutura com um pano
negro por cima, achei que ao longo da peça iriam aparecer outros cenários. No
entanto, isso não aconteceu, e aquela estrutura foi mudando de acordo com as
necessidades. Achei que o minimalismo do cenário foi muito bem pensado, o que
nos leva a concluir que não é preciso muito para uma peça ser bem representada.
Em suma, esta peça foi muito bem
conseguida com os atores a realizarem um trabalho fantástico ao fazerem com que
os alunos a percebessem e se mantivessem divertidos e atentos.
Mafalda Pinheiro, 10.º B
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Saber viver, É saber que a vida é uma só, É saber aproveitá-la e amá-la. Que é preciso ser quem somos, Sem medo do que alguma vez já fomo...
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No âmbito do estudo de Fernando Pessoa, os alunos do 3ºano profissional escreveram a sua "Autopsicografia". A dor sentida Por um ...